Igor Bilheri. Foto: Facebook. |
Em se tratando de produção musical, o avanço da tecnologia permite, hoje, mais independência e liberdade para o músico. Além de economias importantes – que não ocorrem nas horas gastas nos estúdios profissionais -, o céu é o limite para a criatividade do artista que tem o seu próprio canto para tocar e produzir. Essa é a principal diferença entre estúdios em casa (home studios) e o trabalho que o músico faz em locações de terceiros ou de gravadoras - onde a pressão por lançamentos populares e o lucro acima de tudo são fatores determinantes – e, até mesmo, antidemocráticos.
Para o guitarrista e produtor musical Igor Bilheri – proprietário do Toca da Cotia, em Niterói -, quem quer algo em equipamentos apenas para o uso próprio, gravar ideias num quarto, ou finalizar um álbum inteiro de sua banda, o investimento “até que não é tão caro”. “Posso dizer que nós, músicos, ficamos "empoderados" com o nosso próprio home studio” - destaca.
O início
Como a maioria das pessoas que entram nesse ramo, Igor
começou com equipamentos usados, baratos, realizando trocas e se equipando aos poucos.
Ele passou horas a fio assistindo aos melhores produtores musicais, nacionais e
internacionais. Estudou muito sobre os materiais mais prioritários para iniciar
o trabalho e pegou as melhores dicas. Afinal, além de pensar nos equipamentos
para comprar, há, também, a necessidade de se aprender a utilizá-los:
Na foto, de pé, o guitarrista Igor Bilheri, na companhia de sua antiga banda, "O Divã Intergaláctico", abraçado ao baterista e editor deste blog, Saulo Andrade, e à tecladista Thais Galart |
“Além de precisar de uma placa de áudio, cabos, fone de
ouvido e monitores de áudio, o cara precisa investir em conhecimento. Aprender como funciona um equalizador, um compressor,
mecanismos de edição de áudio, mixagem e masterização. Antes de pensar em
começar a gravar outros músicos, tem que conhecer todos os processos de uma
produção musical. E, caso queira aplicar seus conhecimentos e estudar, sem compromisso,
há sempre aquele amigo à disposição para gravar um violão e voz”.
Equipamentos
Microfone Shure Sm57 (dinâmico). Foto: madeinbrazil.com.br |
Mesa de som, microfones, bateria, caixas de som? Que equipamentos Igor Bilheri indicaria para quem quer começar a montar o seu próprio estúdio em casa? Ele ressalta que, a princípio, os mais importantes são uma placa de aúdio e um computador que tenha um processamento razoável. “Para começar, em relação a mics, eu recomendaria um Shure dinâmico Sm57 e um MXL 990 condensador (foto abaixo), para começar a sacar a sonoridade de cada tipo de captação desses diferentes diafragmas” – enumera o guitarrista, que acrescenta outros itens:
“Um bom fone de ouvido, podendo ser um AKG k414p (foto abaixo) e monitores
de áudio ativos, como, por exemplo, KRK rokit 5”.
Em momentos de crise, como o atual, Igor pondera que todo investimento depende da situação financeira do empreendedor. De acordo com Bilheri, uma regra básica no áudio é que, geralmente, “o equipamento bom é caro”. Mas o guitarrista vem conseguindo pedir para amigos trazerem dos Estados Unidos, “o que barateia bastante o investimento”. “Uso também o site Mercado Livre e Amazon. É importante sempre fazer uma pesquisa aprofundada, para não se cair em golpes, principalmente no Mercado Livre” - afirma.
Monitores de áudio KRK rokit 5. Foto: amazon.com.br |
Isolamento acústico
Logo do estúdio Toca da Cotia. Imagem: Facebook. |
Não é apenas o equipamento de infraestrutura musical que
conta para se empreender um home studio. Há, também, o "fator acústica", que é
muito importante. O isolamento acústico e o tratamento são dois processos
complementares de um estúdio: o que – para Igor Bilheri - "pode encarecer bastante" o investimento. Ele explica que a etapa do isolamento “é algo bem delicado e
caro de se fazer”, porque requer um espaço físico considerável.
Segundo o produtor, o método mais utilizado é o ‘Box in Box’: uma "sala dentro da sala". E recomenda um estudo aprofundado
sobre o assunto. “Em relação a tratamento, o procedimento é bem mais simples.
Qualquer objeto absorve e reflete som. Alguns deles são mais recomendados para
absorção, que pode ser de sofás, tapetes e até pessoas. Por outro lado, a reflexão
pode ser feita através de estantes de livros ou qualquer outro objeto com
superfície dura”.
Bilheri ressalta ainda que, "com o que já tem em casa", o músico consegue
usar o conhecimento e a criatividade para resolver alguns problemas de acústica,
na hora de gravar e não "embolar" as frequências que entram no
microfone. À medida que o orçamento vai melhorando, pode-se, também, instalar painéis acústicos e difusores profissionais – o que “é bem indicado”:
“Isso dá uma "cara" de estúdio mais profissional. Um
aspecto muito importante é se sentir confortável, num ambiente que você
possa relaxar e aproveitar grandes momentos com músicos, artistas e,
principalmente, cosigo mesmo. Bem vindos à Toca da Cotia!”.
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