quarta-feira, 15 de junho de 2022

Home studio: guitarrista recomenda solução intimista e profissional

 ‘O ideal é um engenheiro de acústica fazer os cálculos da sua sala para projetar o tratamento adequado’ - diz Clayson Victor


Foto: Divulgação


 

O "empoderamento" do músico que investe num home studio (estúdio em casa) ocorre em diferentes aspectos - não apenas no econômico. Há alguns anos, a tecnologia musical custava muito mais caro. De uns tempos para cá, há uma democratização maior desses recursos. Nesse sentido, os músicos e produtores conquistaram mais liberdade para produzir, a um custo relativamente baixo. É o que acredita o guitarrista, compositor e empreendedor Cleyson Victor, o Cley, que tem no “Nebulosa Vermelha” o seu espaço predileto para compor, tocar e produzir, em Niterói. 

 

Contando com múltiplos equipamentos no seu estúdio, Cley destaca que o processo de equipar o home studio vai do bom senso de cada um. Para ele, comprar um microfone condensador de cinco mil reais para gravar, “mas não ter um mínimo de tratamento acústico na sala, não adianta muito”:

 

“Se você for comprar produtos caros e de alto nível, toda a governança de equipamentos tem de corresponder com equivalência. Eu começaria a partir de materiais mais básicos para, com a evolução do conhecimento e da prática necessária, aprimorar, gradativamente, ainda mais, o setup”.

 

Cley reconhece, no entanto, que, na atual crise econômica, “estamos no pior momento para comprar equipamentos”. Mas começar com uma boa interface de áudio, com ao menos dois canais, e um computador com boa capacidade de processamento “já é um bom começo”.

 

O músico destaca que o microfone é “imprescindível”. No caso, segundo ele, vale a pena começar com um bom microfone dinâmico (Sm57 e afins): o que pode ser uma “ótima estratégia”, já que eles são direcionais e captam pouco ruído externo para quem não pode tratar a acústica da sala.



 

Foto: Mercado Livre



Outra dica é um pop filter (foto abaixo) para vozes e aterramento elétrico da tomada usada no computador, que “podem ser um salto na qualidade das gravações”. “Quanto às lojas brasileiras, procure ver preços de usados e produtos de compra online. Costumam ser uma ótima aposta e, geralmente, são mais baratos” - recomenda.



Foto: Shopee


 

Acústica

 

No início das gravações, Cley tinha por hábito gravar dentro do guarda-roupa; mas “não recomendo!” - brinca. Ele destaca que painéis com tecidos e lã de rocha controlam minimamente as reflexões sonoras. Para reforçar, outra solução é utilizar cortinas e estantes, que também ajudam no controle acústico. Mas o músico destaca que esses procedimentos são “somente um paliativo”:

 

“O certo seria um engenheiro de acústica fazer os cálculos da sua sala para projetar o tratamento adequado. As frequências graves são as mais difíceis de controlar e, nesse ponto, somente um profissional para fazer tudo corretamente”.

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