sábado, 29 de outubro de 2016

Tente Entender: André Barroso e Banda

Foto: Divulgação.


Pluralidade musical. Com uma pegada mais voltada ao rock, André Barroso e Banda têm uma visão flexível da música, em toda sua diversidade. “Essa possibilidade de novidades constantes me agradava, mas o que você ouve no momento é mais influente do que essa formação do passado. Hoje, estou ouvindo mais Alaíde Costa, Billy Blanco, Nara Leão, Tom, Tim Maia, assim como Rage Against Machine, Slayer, Kreator e Mothorhead” – enumera Barroso.


Com um trabalho em constante mutação, o grupo tem a liberdade de convidar amigos apenas para o trabalho de estúdio. No momento, contam com o auxílio do produtor Gilber T e, na mesa, Bruno Marcus, do estúdio Tomba Records. Para o músico, a cena musical independente é “empolgante” porque a Internet faz o papel de democratizar o acesso ao público:

Foto: Divulgação.



“Hoje, temos grandes bandas que nunca precisaram da mídia de massa e sempre lotam seus shows por conta dos fãs, via internet. Essa nova realidade leva a um mix nas músicas cada vez maior”. 


Liberando as faixas do EP uma vez ao mês, atualmente, André Barroso e Banda estão terminando de gravar um novo trabalho: estrearam com “Tente Entender”, no Spotify.


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Máquina de música boa!

Foto: Andre Mantelli.


Nestes tempos de mídia digital, atire a primeira pedra quem nunca formou uma banda pela Internet. Foi exatamente desta forma que tudo começou, em 2010, para os cariocas da Máquina. Mas a química de Nuno Virgílio (baixo e voz), Túlio Mosci (guitarra e programações) e Fred Castro (bateria e percussões) não é apenas virtual. Com uma sonoridade rica em elementos eletrônicos, influenciados por Depeche Mode, Muse, New Order, U2, Legião Urbana e Violeta do Outono, os caras têm uma pegada que remete ao que há de melhor nos anos 1980!

Portanto, fica a dica!

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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CMIND entrevista: Luiz Lopez, guitarrista de Erasmo Carlos

Foto: Divulgação.


O carioca Luiz Lopez chega ao segundo álbum solo trazendo inovação na gravação do primeiro single. Intitulada “Eu não quero desacreditar”, a canção usa as batidas do coração do músico em forma de percussão, para transmitir o próprio sentimento através do ritmo das pulsações. A faixa faz parte do álbum “Visceral”, que sai ainda este ano. Guitarrista de Erasmo Carlos desde 2009, a musicalidade de Luiz – que gravou as obras como cantor - se resume ao melhor dos anos 60, carregada de fortes influências como Raul Seixas e The Beatles. Conheça um pouco mais do trabalho do artista, nesta entrevista concedida ao Cena da Música Independente (CMIND). 

CMIND - Luiz, como surgiu a ideia da música "Eu não quero desacreditar"? De um contexto específico da sua vida como artista, da sua gana de continuar apostando nas possibilidades que a música oferece, em toda sua pulsação?

Luiz Lopez - Essa canção surgiu no meio de uma crise existencial. Aquele momento em que a gente se pergunta se toda luta está ¨valendo a pena¨. Ter conseguido transformar essa aflição em música foi a resposta. Está valendo, e muito!  A ideia de inserir as batidas do meu coração na música foi ótima; deu o ar intimista que eu queria, fazendo-me sentir muito ¨exposto¨, ao mostrar essa música para as pessoas e para mim. Isso tem sido desconfortavelmente maravilhoso.  

CMIND - Em duas canções de "Visceral" você gravou a voz completamente nu para pegar a energia certa e dar a dramaticidade necessária na interpretação. Na realidade em que vivemos, de tudo acontecendo em tempo real, ao mesmo tempo, agora, é importante o artista se desnudar da realidade sufocante do dia a dia, a fim de encontrar a própria essência, transcendendo essa "merda toda"?

Luiz Lopez - Acho que é por aí mesmo, nestes tempos em que tudo é muito rápido, imediato, no caso do Visceral, nós levamos meses e meses na produção do álbum, fizemos tudo com muita calma. O dia da gravação da voz, na minha opinião, é o mais importante. É a última chance que tenho de passar a mensagem como quero que chegue às pessoas. Precisava estar sentindo um certo desconforto para gravar as faixas ¨Doeu¨ e ¨Eu Não Quero Desacreditar¨. Então, a ideia de ficar nu na frente do pessoal que estava participando da gravação me proporcionou um estado de desvantagem (ou vantagem). Pude gritar com força e desespero e, enfim, ¨exorcizar¨ naquela gravação os sentimentos que me levaram a compor aquelas músicas.  

Foto: Divulgação.


CMIND - Você é guitarrista de Erasmo Carlos desde 2009. Conte-nos um pouco de como foi conhecer e tocar com o Tremendão…

Luiz Lopez - Sou um grande admirador do Erasmo há muito tempo! Em 2007, fui num show dele no Rio de Janeiro e, depois, do espetáculo, fui atrás do palco para tentar vê-lo de perto. Consegui pôr a mão no carro em que ele tinha ido embora - para mim foi uma baita vitória (risos)! O mundo deu muitas voltas, inimagináveis! Em 2009, eu recebo um telefonema do próprio Erasmo me convidando para tocar com ele. Não vou conseguir explicar a vocês em palavras a minha sensação! Conviver com o Tremendão é bem mais do que aprender com um cara que sabe tudo de música. É também um cara que sabe viver! Aprendo muito com ele a não se estressar com problemas pequenos! É um grande artista, mas antes disso é um grande homem, não só no tamanho (risos)! Quanto mais convivo, mais sou fã.  

CMIND - Luiz, após tocar com o Erasmo, você teve a oportunidade de dividir palcos e o estúdio com artistas como Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Marcelo Jeneci, Paula Toller e o ‘Rei’ Roberto Carlos". Cada um deles exerceu uma colaboração significativa na sua musicalidade, atualmente. Qual - ou quais - deles institui um traço mais marcante no seu amadurecimento como artista, especialmente no seu novo álbum?  

Luiz Lopez - Acho que o mais lindo nesses artistas consagrados é a generosidade. São pessoas simples, que são especiais e amadas por um grande público, e isso não é por acaso. Aprendi, que música não é para se ouvir, tocar e cantar apenas: é para ¨sentir¨. Levei para o Visceral esse pensamento. Estou 100% de coração na composição e interpretação das músicas do álbum.

CMIND - Você gravou “Já não quero mais” no Abbey Road Studios - com os músicos Guto Goffi (Barão Vermelho) e Dadi Carvalho (Novos Baianos). Descreva um pouco da sua sensação de ter gravado no lendário estúdio dos Beatles?

Luiz Lopez - Pois é! ¨Já Não Quero Mais¨ foi o primeiro single que lancei em carreira solo. Para minha sorte, pude contar com essas feras da música nacional: o Guto e o Dadi foram maravilhosos comigo! Fizemos uma gravação bem Rock n Roll para a música. A masterização em Abbey Road foi um ¨mimo¨ que fiz para mim mesmo. Nunca sonhei em ter um trabalho que passasse pelo mesmo estúdio dos personagens quase mitológicos que são os Beatles! Fiquei eufórico quando chegou a master diretamente de Londres! Foi um ponta pé inicial incrível para minha carreira solo. E está tudo apenas começando!

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Instagram: @luizlopezbr


Entrevista realizada pelo jornalista Saulo Andrade

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Contra toda forma de golpe, Guerrilha transforma indignação em música

Foto: Divulgação


New Metal, Hard Core, Punk e Pop Rock são as principais influências da banda paulistana Guerrilha, que consolida sua caminhada no disco “Sangue, Lágrima e Suor”. Em meio à podridão da política nacional, com golpe de Estado e esquemas de corrupção sendo sistematicamente desvendados, o grupo lança o seu primeiro disco como um marco dos mais de 10 anos de estrada no underground de São Paulo. A data de lançamento - 31 de março de 2016 – fez alusão ao golpe militar, que completou 52 anos.


“A escolha foi para reforçar a posição contrária da banda aos acontecimentos daquele período e lembrar que onde houver golpe, haverá Guerrilha!” – destaca o vocalista Kbça, que divide a sonoridade da banda com Jimmi, na guitarra, Punk, no baixo, e Nicolas, na batera.


Eles já marcaram presença em festivais e casas de show como o Hangar 110; o Manifesto Bar; a Tribe House; a Alcatraz; a Cervejazul; a Feeling Music Bar; a Sattva e muitas outras, da noite paulistana, grande São Paulo e interior. Guerrilha se apresentou, também, ao lado de bandas de renome - Humana (Chile), Dance Of Days, Hardneja Sertacore, Skarrapatos-ko, Cuieo Limão, Inocentes, entre outras.


Disponível em todas as plataformas de streaming, “Sangue, Lágrima e Suor” vem carregado de fortes discursos políticos e de uma sonoridade agressiva. “É um grito de revolta de uma juventude que não aguenta mais ser massacrada pela opressão de um Estado bandido, corrupto e pernicioso” – enumera Kbeça, para quem as letras da banda “retratam temas ligados ao cotidiano urbano e periférico, que nos levam a questionamentos sociais e existenciais. Nunca limitamos a criatividade. Falamos sobre o que importa para a gente” – destaca o músico.


“Nossas grandes referências são Rage Against The Machine, Planet Hemp, Infectious Grooves, além outros estilos, é claro. O que caracteriza nosso som é um arranjo pesado, sujo, mesclado com levadas mais ‘clean’ e ‘funkeadas’” - aponta Kbça. 

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YouTube: www.youtube.com/bandaguerrilha

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Overdrive Saravá: “tocar o novo é um ato de resistência!”



Inspirada na cultura de gêneros musicais do Brasil - do jongo ao maracatu, passando por coco, embolada, cirandas, xote, baião e até o funk carioca -, a banda Overdrive Saravá é uma homenagem rock and roll à nossa diversidade musical.

“Trazemos como referências a cultura popular e afrodescendente. Apesar das referências de diferentes tradições musicais, não buscamos a apropriação direta desses estilos, que estão presentes em células rítmicas, conceitos e cores, numa nova interpretação dessas muitas linguagens” – analisa o vocalista Gregory Combat, para quem o Nação Zumbi se tornou uma “grande referência”.

O músico ressalta que manteve a verve experimental desde as primeiras ideias de composições, cruzando ritmos, gêneros e intenções artísticas. A partir daí, surgiram parcerias com artistas de áreas como artes cênicas, plásticas, dança e audiovisual; além da troca de ideias, manifestou-se, no álbum – homônimo à banda -, todo o folclore e as tradições brasileiras.
  
“Começamos a desenvolver ações nos espaços públicos da cidade de Niterói, a fim de ocupar e nos manifestar artisticamente de alguma forma, mesmo que ainda sem uma proposta musical consolidada” – destaca Gregory, que vê o atual cenário e contexto da cultura brasileira como “caóticos”:

“Isso não poderia deixar de reverberar na música. Muitos locais que antes abriam suas portas a artistas autorais e independentes estão fechados ou faliram. Tocar o novo, atualmente, é um ato de resistência”.

Ficha Técnica de “Overdrive Saravá”:

Formada em 2012, em Niterói (RJ), por Gregory Combat (vocal), Lucas Botti (guitarra), Thiago Henud (guitarra), Matheus Freire (baixo) e Frederico Cardim (bateria).

O primeiro álbum foi gravado em 2016 no Estúdio Villa (RJ), por Renan Carriço.
Mixado por Martin Scian.
Masterizado por Matheus Gomes, no Estudio Magic Master.
Produzido por Overdrive Saravá.
Coprodução: Renan Carriço e Overdrive Saravá.
Produção executiva: Gregory Combat.
Escultura: Ciro Najar.
Fotografia: João Pacca.
Direção de Arte: Estudio Cru.

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https://www.facebook.com/overdrivesarava

Texto: Saulo Andrade, jornalista.

sábado, 15 de outubro de 2016

Guerrilha e ocupação: baterista acredita na potência musical de Niterói



“Se nos planejarmos e nos mobilizarmos com mais frequência, podemos construir um grande movimento cultural com boa repercussão. Claro que as velhas dificuldades que nós músicos enfrentamos para sobreviver estão aí, a começar pelo monopólio dos meios de comunicação e a seletividade comercial das gravadoras; mas a gente pode superar tudo isso, até porque não se trata apenas de ocupar os espaços, mas também de reivindicar nossos direitos como profissionais e obter o devido e merecido reconhecimento”. Para o baterista e vocalista niteroiense, Cacá Meireles, a cena musical de sua cidade, Niterói (RJ), é boa por natureza, por ser ela um dos municípios com o maior número de músicos por metro quadrado.

“O que está faltando é mobilização maior por parte da classe artística, para ocuparmos e construirmos mais espaços alternativos locais! A Praça Leoni Ramos, em São Domingos (a velha e lendária Cantareira) é uma das poucas, em todo o Brasil, que ainda não foi cercada por grades” - ressalta.

Cacá, que que em seu projeto musical conta com a participação de velhos amigos músicos, destaca que, para realizar seus trabalhos autorais, está sempre disposto a atuar com novos músicos – apesar de já concretizar suas composições, em projeto solo, com parceiros mais conhecidos.

“Todos acompanham muito bem a minha bateria e meus vocais. Nós, músicos, devemos ocupar, também, espaços como o Skatepark de São Francisco, o Espaço Convés, em São Domingos, e os espaços da Região Oceânica. Opções não faltam” - enumera.

Visite:



https://www.youtube.com/channel/UCAbon-0zVFyRju9uRYKaTiA

Texto: Saulo Andrade, jornalista. 

Conheça a Orquestra de Instrumentos Reciclados do Paraguai!


Imagem originalmente extraída do site http://www.effa.org.au/landfill-harmonic/

Trailer do Filme Landfill Harmonic (2013), sobre a Orquestra de Instrumentos Reciclados da cidade de Cateura, no Paraguai.  





Saiba mais em:

http://www.recycledorchestracateura.com

https://www.facebook.com/landfillharmonicmovie/

Postagem dos jornalistas Adriano Batista e Saulo Andrade.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O surpreendente conteúdo d`O Vazio



Letras filosóficas, humor sarcástico, pensamentos profundos e críticas ácidas, intercaladas com sinuosas melodias, berros desesperados, improvisos, poesia, teatralidade e execuções viscerais. O Vazio tem tudo e muito mais que uma mera proposta musical de rock e blues pode oferecer.

A banda apresenta hoje, às 19h, no Teatro Municipal Laércio Rangel Ventura, em Nova Friburgo (RJ) - Praça do Suspiro S/n°, Centro -, as músicas do novo álbum, “Inútil Essencial”, e outras composições autorais.

A apresentação vai contar com a participação de artistas convidados, no "O Vazio Convida". Entrada franca, mas sujeita à lotação. Os ingressos começarão a ser distribuídos às 17h. Classificação: 16 anos. Surpreenda-se!  

Visite:

O Vazio Convida: 

https://www.facebook.com/events/1114876781937245/

O Vazio:

https://www.facebook.com/ovazio/?fref=ts



 Texto: Saulo Andrade, jornalista

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Lanca surpreende a cada sonoridade



Inspirado no Avant Garde, a veia contemporânea e jazzística da banda Lanca dão forma a um trabalho de improvisação eclético e essencialmente experimental. Formado em 2010, originalmente como quinteto, o Lanca se apresentou no Encun (Encontro Nacional de Compositores). Para o pianista e professor de música, Tomas Gonzaga, a música instrumental vem ganhado força.

“Tenho presenciado de perto o fortalecimento de duas frentes - muitas vezes interligadas -de música instrumental, nos últimos anos: a música experimental e a música de rua. Ambas iniciativas, independentes, são reflexo do momento histórico em que vivemos, em que a prática musical deixa de ser tão acumulada nas gravadoras e na indústria do entretenimento em geral” – opina Tomas.


A Lanca é formada por Tomas Gonzaga, piano, Rafael Fortes, saxofone e Pitter Rocha, guitarra. Visite:



Texto: Saulo Andrade, jornalista.


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Allen Jerônimo & a RAVE DE RAIZ se destacam como laboratório musical



Uma pesquisa que mistura as percussões pernambucanas e a utilização da música como ferramenta de mudança social. É desta forma que Allen Jerônimo & a RAVE DE RAIZ atuam, unindo instrumentos – musicais - de cura e combate à violência. 

Projeto experimental, de efeitos psicodélicos, em frases percussivas de musicalidade nordestina, híbrida e multifacetada, a banda passa por constantes alterações em sua formação. Atualmente, conta com o baixista Gustavo Silva, os guitarristas Jony Bastos  e os percussionistas Pedro Prata, do Rio Maracatu, Pedro Amparo, do Agotoê, e Rodrigo Maré, da Companhia Marginal da Maré.

“Vim de uma escola de poetas, repentistas e roqueiros pesados. Passei pelo movimento mangue beat. Talvez por estar no clímax de minha adolescência, só vim amadurecer musicalmente após alguns anos, iniciando, assim, essa pesquisa com a musicalidade pernambucana” – ressalta o vocalista Allen.

Allen Jerônimo & a RAVE DE RAIZ toca no próximo dia 22 de outubro no encerramento das atividades do festival PERIFÉRICO, do Sesc, na Barra da Tijuca, no Rio.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Compositor contumaz, Thiago David poetiza o cotidiano em forma de música




Desde jovem, o publicitário Thiago David teve vontade de criar textos e músicas. Começou pela poesia e, no ensino médio, aprendeu a tocar violão. Passou a dominar alguns acordes básicos e partiu para a composição de canções. Durante o período da faculdade, já havia composto cerca de 70 músicas, feito alguns shows solo e outros, 27, com banda.

“A publicidade parecia ser o ambiente ideal para mim. Eu acreditava que teria um lugar que seria fundamentalmente criativo. Afinal, nada mais excitante do que viver de criar!” – resume, enganando-se mais adiante. Isso porque, para ele, por mais que o curso tenha sido “espetacular”, houve uma dificuldade para se adaptar ao “mercado”, porque, na verdade, trata-se de uma criatividade “muito restrita”:

“O mundo publicitário não é tão criativo quanto se imagina. As demandas de mercado acabam afunilando as criações para mensagens mais diretas. Afinal de contas, o cliente médio não quer bancar as peripécias de um criativo. Ele tende a ter um orçamento restrito e precisa de resultados”. 

Thiago então buscou dedicar-se mais à música, quando voltou de Salvador para o Rio, em 2014. Estava terminando seu primeiro EP - A realidade difusa do cotidiano -, com quatro canções: Quanta notícia, Abraxas, Solto e Pôr do Sol 6 da tarde.

O projeto seguinte foi "Um caminho para Santiago", que nasceu de uma peregrinação que o artista fiz nos últimos 200km do Caminho de Compostela, no norte da Espanha. Inspirado por um professor, o artista decidiu levar o violão para a caminhada e, já que estava com o instrumento, propôs-se a compor diariamente e escrever um diário sobre o processo. Resultado: nove dias e nove músicas.

“Poderia ter saído péssimo, mas acabou que as músicas foram muito bem recebidas pelos peregrinos e, depois, já no Brasil, pelos meus amigos. Assim, tomei coragem para produzir na melhor qualidade que me cabe” - disse.

Juntou-se com os músicos Tomas Gonzaga e Andrés Patiño Casasfranco, para gravar, e Ricardo Pitanga e Mario Martinho para fazer as artes a partir do conceito "O tempo do homem", que seria o tempo processual, diferente do tempo das máquinas:

“O tempo permite a produção sem a exaustão. Não há pressa nem imediatismo. Para andar 200 km, se caminha 23km por dia”.

Já que é assim, deleite-se:
Clipe "Mas que preguiça": https://www.youtube.com/watch?v=HClNnAq6ePY
Making of: Um caminho para Santiago: https://www.youtube.com/watch?v=2a9FZfiUpLU
Thiago David recomenda:


Pé na estrada: Rock DaKombi realiza viagens musicais



Agora imagina você, músico, realizando o sonho de viajar, tocando em diferentes lugares... Esta é a ‘pegada’ do Rock DaKombi, movimento ligado ao programa cultural Arte de Rua, que leva o bom e velho rock and roll a praças da região Serrana do Rio. O projeto começou em 2013, apresentando-se num palco montado no estiloso automóvel da Volkswagen. Só em 2015, Paulo Victor (Soneca), baixo e voz; Wander Blacklight, guitarra; Celso DaKombi, guitarra e voz; Marcelo Mandarino, Bateria; e Jefferson Moura, que também toca bateria - revezando-se com Marcelo -, fizeram 28 shows gratuitos, em quatro diferentes municípios daquela região.

“Isso sem contar os shows e eventos de entrada franca. O objetivo é emoldurar o cotidiano com arte, de forma essencial, presente, espontânea, viva e democrática!” – explica o guitarrista Celso DaKombi, que vê como “confusa” a cena musical:

“Novas mídias e tecnologias revolucionaram o mercado, que ainda não se acomodou por completo. Fora o medo de arriscar e a insegurança da indústria estabelecida, que impulsionaram a cena independente, mas não de forma ordenada e sim por um conglomerado total de antigos canais”.




O músico exemplifica que, há trinta anos, só existiam as gravadoras “medalhonas”. Há vinte, a tecnologia revolucionou o mercado. Há dez, esse mesmo mercado quase se extinguiu e, de lá para cá, segundo ele, só existe o “artista-produto”, que fez com que a cena independente desse “um levante”, tanto pela tecnologia quanto pela forma como o mercado se fechou:

“É raro um músico ir a um show de outro para assistir, partilhar, beber de outras fontes, se integrar... Todos se fecham nos seus trabalhos e individualizam suas caminhadas... A tecnologia permitiu que todos possam registrar o trabalho com qualidade; mas temos de ser mais unidos e menos individualistas”.

Enquanto não vivemos no mundo ideal, o Rock DaKombi segue viagem, em outubro, no dia 15, no Pub IPA Route, em Nova Friburgo; 21, no Lumiar Bier Pub, em Lumiar; 23, no Arte de Rua da Praça Getúlio Vargas, em Nova Friburgo; 28, no Halloween do Bar América, em Nova Friburgo; Em 5 de novembro, também no Arte de Rua, em Lumiar; e no dia 12, no Deguste!, na Praça da Águia, em Petrópolis.

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Link para entrevista para o programa Bart Papo:
Momentos:

Tori lança single de "Descese" e se prepara para lançar álbum com parcerias consagradas

Primeiro lançamento solo, em cinco anos de carreira, o single de " Descese " - faixa título do futuro álbum de Tori (Vitória Nogue...