segunda-feira, 18 de julho de 2022

Em 'Rimado', Andre L. R. Mendes registra trabalho multmídia e 100% autoral

Foto: Cíntia M.


Novo álbum do cantor e compositor Andre L. R. Mendes, ‘Rimadomescla o lado romântico e experimental de um artista que faz música pensando no que ele, como ouvinte, gostaria de consumir. Tal esmero se reflete no resultado e na própria dinâmica de gravação do álbum. Multi-instrumentista, o cantor foi também responsável pela engenharia de som e a produção de um trabalho que contou com uma atuação completamente independente e de total liberdade.

As canções românticas de Mendes não caem no clichê de letras e rimas "fáceis", palatáveis ao grande público: há uma sofisticação ali. Andre procura, sempre, algo inusitado em cada canção. Música previsível é algo que o chateia e entedia, “muito rapidamente”:

“A ideia da letra, o clima e sua construção são parte de um intenso trabalho e retrabalho, até que as canções fiquem com algum diferencial”.



Atualmente, uma das principais fontes de inspiração de Andre é a Música Popular Brasileira – público que ele gostaria de atingir. Ao mesmo tempo, o ex-integrante da banda de rock and roll Maria Bacana – que fez parte do
casting do selo Rock It!, de Dado Villa Lobos – trabalha para que suas músicas agradem e surpreendam “qualquer tipo de ouvinte”. Ele explica que, após ter se lançado em carreira solo, quis se “reinventar completamente”:

"Depois de muitos anos tocando música baseada em guitarra distorcida, acordes perfeitos e tons altos, eu estava saturado do formato e já não estava ouvindo esse tipo de música na época. Estava mais interessado em nuances, leveza e focar no formato da canção brasileira”. 





Apesar dessa atual visão de mundo acerca de sua música, Mendes acredita que o rock tem muito a oferecer à música popular - ainda que o estilo de Elvis, Beatles e Rolling Stones esteja em baixa, junto a um grande público, "que vem consumindo apenas sertanejo agronegócio”. Para o compositor, os artistas parecem ter perdido o interesse da comunicação com o público, como era o rock brasileiro dos anos 60, “até os Los Hermanos”:

“A galera tem que voltar a compor grandes canções, não ficar focando só em produção, sonoridade, clima. Se não tiver uma canção que fale com as pessoas, esses três fatores não têm grande importância”.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Oruã une duas músicas em clipe e anuncia turnê nos EUA

 

Foto: Ana Zupano

Um grito contra a glorificação da herança escravocrata brasileira. Assim pode ser definido o curta-metragem “Outros Santos/Essência Bruta”, produzido a partir de duas faixas da banda carioca Oruã, que constam no terceiro álbum do grupo: “Íngreme”.




Trata-se de um relato - e, ao mesmo tempo, um manifesto de resistência - da escalada da banda no exterior e da queda livre em que o Brasil se encontra, envolto numa névoa fascista.

O vídeo revela a saga de músicos que passam dias entre a serra e o mar, em estradas e caminhos familiares de Búzios – onde residiram; aborda, também, o passado escravocrata do Brasil e anuncia a turnê que a banda fará pelos Estados Unidos, abrindo a última parte da turnê Built to Spill. À ocasião, os músicos aproveitarão o embalo para fazer outra turnê, em diversos estados americanos (confira na lista abaixo).

Dentre as principais influências e referências dos músicos, pode-se perceber, no trabalho, militância, luta antirracista e toques sonoros que remetem a nomes como Evinha, Racionais MC`s, Toni Tornado, Jorge Ben e Elza Soares.



Racionais MC`s. Foto: Internet.



Roteirista, diretor, editor e parte do elenco de “Outros Santos/Essência Bruta”, Lê Almeida define a banda como um “filho do Centro do Rio de Janeiro, que nasceu à noite e frequenta os bailes pela madrugada. Free Jazz de pobre. Kraut de vagabundo. Sem neurose”.

“Íngreme” é, afinal, a síntese de um caminho de mais de cinco anos de estrada de uma banda que vive, hoje, um momento de agradecimento e colheita.

Confira as datas e locais da turnê de Oruã com Built to Spill:

Sep. 06 - Columbus, OH - The Athenaeum Theatre 

Sep. 07 - Knoxville, TN - The Mill & Mine 

Sep. 08 - Wilmington, NC - Greenfield Lake Amphitheater 

Sep. 09 - Charleston, SC - Charleston Music Hall 

Sep. 10 - St. Petersburg, FL - Jannus Live 

Sep. 11 - Ft. Lauderdale, FL - Culture Room 

Sep. 13 - Orlando, FL - The Social 

Sep. 14 - Jacksonville, FL - Jack Rabbits 

Sep. 15 - Pensacola, FL - Vinyl Music Hall 

Sep. 16 - Birmingham, AL - Saturn Birmingham 

Sep. 17 - Memphis, TN - Growler’s 

Sep. 18 - Tulsa, OK - Cain’s Ballroom 

Sep. 19 - St. Louis, MO - Red Flag 

Sep. 20 - Columbia, MO - Blue Note 

Sep. 21 - Lawrence, KS - Granada Theater 

Sep. 23 - Denver, CO - Bluebird Theater 

Sep. 24 - Salt Lake City, UT - Metro Music Hall

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Em áudio e vídeo, Elefante Cinza revela “O Riso dos Que Não Choram”

A performance solo do músico Rodrigo de Andrade, no projeto Elefante Cinza, mostra, ao público e a ele próprio, a oportunidade de se experimentar a música como um todo, a partir do que o autor pensa ser o ideal para a sua própria obra. 

Trabalho recheado de críticas e provocações, o EP "O Riso dos Que Não Choram" passa pela questão da artificialidade, inclusive a que vemos, diariamente, nas redes sociais. Afinal, avalia Rodrigo, a vida atual “é muito riso e pouco choro":

"Outro ponto que deu vazão ao nome do álbum foi algo mais pessoal e cultural. Pessoas que, mesmo na privacidade, engolem o choro ou - mesmo inconscientemente - não o deixa cair”.

 

Foto: Gabriela Salem



Para o artista, a desvantagem em estar só, em seu processo de criação, deve-se ao fato dele não poder compartilhar ideias e momentos bonitos das composições, o que, às vezes, pode deixá-lo “no escuro”, sem saber se determinada canção está ou não “realmente boa”. Ele analisa a principal diferença entre atuar sozinho e com outros companheiros de música:





 

“Com uma banda cheia, muitas vezes você tem de renunciar a determinadas ideias. Ironicamente, fazendo isso sozinho, são tantas ideias possíveis que você acaba brigando consigo mesmo, sobre qual seria a melhor. Você sempre perde e sempre ganha”.


Resistência criativa  

Rodrigo destaca que a rebeldia é a principal inspiração para seguir criando e compondo no Brasil de hoje. Segundo o músico, apesar do enorme poder cultural, o investimento para o artista brasileiro é escasso. O performer sublinha que, dentre os desafios para músicos independentes, em todo o mundo, destaca-se a falta de controle de sua própria música, em tempos velozes e de muita superficialidade, preconizados pela Internet:  


“O mundo inteiro está com pressa. São poucas as pessoas com paciência de sentar e ouvir um álbum inteiro. Não à toa, o mercado nunca esteve tão lotado assim de singles. Daqui a pouco, vão criar um nome novo para um corte só da música. Melhor dizendo, isso já existe: chama-se TikTok”.

Ouça aqui

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Mulamba ecoa grito de resistência em novo álbum: ‘Será Só Aos Ares’

Segundo trabalho da banda destaca temas cotidianos e sociais, misturando elementos da música brasileira

Fotos: Fábio Setti e Tamara dos Santos

 


Arranjos bem trabalhados, aliados a uma forte mensagem de cunho social e libertário. O atual momento da luta da mulher na música e na vida brasileira exigem a existência – e a resistência - de bandas como a Mulamba, que está lançando o seu segundo disco, ‘Será Só Aos Ares’.




 

Síntese musicada da luta constante de quem segue produzindo, falando de vidas, enfrentamentos e de um cotidiano que muitas vezes é abusivo e agressivo - e a despeito de um governo que “anda na contramão de tudo o que é evolutivo, no âmbito social” -, o trabalho interno e independente da classe artística segue evoluindo e com muito diálogo. É no que acredita a cellista Fernanda Koppe. Para ela, “a arte traz também um reflexo do momento”.





 

Transitando por diferentes universos musicais, a Mulamba vem conseguindo tocar pessoas de formas distintas. Para Fernanda, o som do grupo reflete aquilo que ela e suas companheiras de estrada sentem, num contexto em que, nem sempre, determinados tipos de música e mensagem são aceitos:

 

“Se fosse diferente, viveríamos num mundo pelo menos mais atento e mais respeitoso àquilo tudo que anda acontecendo no Brasil. Sempre que paramos para dar uma pesquisada no cenário musical, somos surpreendidas por artistas incríveis, com muito a dizer. Isso também nos move”.

 

Potência e compartilhamento musical

 

O rico trabalho da Mulamba é resultado de universos e referências musicais que cercam cada integrante de forma diferente. Esse leque é o que compõe um mosaico de diversidade musical, concebido em momentos e processos distintos da banda. “No primeiro álbum, homônimo, estávamos vibrando em outra frequência. Hoje, transitamos por outros mundos, por composições que dizem tudo de formas diferentes, que combinam com nossos sentimentos internos. Isso aconteceu naturalmente. Percebemos que precisávamos de um “ar” e o reflexo é nítido” – analisa a cellista.




 ‘Será Só Aos Ares’ conta com participações de artistas como Luedji Luna, BNegão e Kaê Guajajara, pessoas as quais Koppe e suas companheiras admiram. Ela explica que, desde de que se deu a concepção da música "Bença", por exemplo, a Mulamba já pensava a canção com Luedji interpretando parte da letra. Já "Barriga de peixe" veio ao encontro da potência de Kae Guajajara, que a interpreta e compõe. “BNegão, que é também compositor de parte da letra de “Bagatela”, é uma referência do rap brasileiro” – elogia Fernanda, que destaca, ainda, influências fundamentais no trabalho do grupo, refletidos em nomes como Elza Soares; Tamara Franklin; Esperanza Spalding; Solange Knowles; Bia Ferreira; Tuyo; Rap Plus Size; Dona Onete e muitas outras. “Essa lista segue infinitamente” – ressalta Kopper.  

quarta-feira, 6 de julho de 2022

'The Word`s Not Talking', da banda Transit in the Ryes, celebra a vida, apesar do luto

Single é aperitivo para novo EP


Tema recorrente dos últimos anos, como humanidade, temos passado, todos, pelo vazio do luto, da perda, da dor e da dificuldade de nos reerguer. Essa é a tônica do single de ‘The World`s Not Talking’, da banda gaúcha Transit in the Ryes: da tristeza à celebração, a vida insiste em pulsar – apesar de tudo.  

 

Divulgação

O guitarrista, vocalista e compositor, Henrik Karlholm, destaca que o luto não se relaciona apenas à morte. Trata-se, também, do encerramento de ciclos, fases da vida e relações interpessoais. “Mesmo partindo de fatos únicos da nossa experiência, a música nos permite dividir esse peso com aqueles que com ela se identificam, tornando-o mais leve” – compara o artista.





 

O luto como temática, aliás, ecoa na sonoridade do quarteto. Dependendo do momento em que as canções foram compostas, ficam marcadas por diferentes sentimentos e sons. Afinal, de acordo com Henrik, “mesmo na tristeza, há beleza. E devemos, a quem amamos, refletir isso no nosso som” – filosofa.

 

Ele está certo. A poesia da letra, a melodia da voz e a intensidade dos instrumentos podem demonstrar diversos sentimentos, simultaneamente, compondo o conjunto da obra. Henrik acredita que a música é uma das formas mais eficientes de expressar e transmitir sentimentos, porque possui uma diversidade “bem grande de elementos capazes de cumprir tal papel, numa composição”:

 

“Para mim, o maior mistério em torno dessa categoria de arte é o processo catártico que ela permite ao ouvinte, que pode se identificar e lidar melhor com os seus próprios sentimentos. Impressiono-me com a força que isso tem e como faz despertar, talvez - não o que há de mais vivo, mas sim - o que há de mais humano em nós: nossas emoções”.


 Aliado ao entrosamento da banda, artista multimídia trabalha por música

Durante o processo de gravação de ‘The World`s Not Talking’, Henrik acumulou diferentes funções. Além de músico, foi o produtor e responsável pela mixagem e masterização da obra. O músico destaca que a importância desse comportamento “multimídia” e quase onipresente, em todas as atividades, é uma tendência de artistas, em todo o mundo, seja por necessidade ou por uma vontade de ter mais envolvimento com a arte produzida. Ele destaca que o single ’The World’s Not Talking’, especificamente, teve um processo mais solitário do que o resto das músicas do EP, que contou, nas outras faixas, com um envolvimento mais intenso de outros membros da banda, tanto na produção, como na composição:

 

“Essa colaboração é muito importante. Temos muita confiança um no outro. Gostamos de estar presentes em toda a trajetória da música. Ela tem que passar por todos para ser aprovada. E também conhecemos nossas limitações. Por exemplo, se não sei direito o que fazer com uma parte de uma música, observo o que outro pensa em fazer. Dessa forma, tudo se torna mais fácil e produtivo”.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Bateria é protagonista em "Manuscrito Sobre Pedras", de CH Malves

Primeiro álbum do artista eleva bateria e percussão como principais referências sonoras


Foto: Gladson Galego

Microfones de lapela em mãos, pode-se dizer que o disco 'Manuscrito Sobre Pedras' é um trabalho de concepção artesanal. O álbum dá destaque à sonoridade de peles, pratos de bateria e elementos percussivos do produtor, professor e baterista sergipano Carlos Henrique Malves, o CH Malves. Primeiro projeto solo do artista, o disco é dividido em quatro faixas e se caracteriza, segundo o autor, como uma obra “libertadora”.

 

Concebido, inicialmente, como ideia de banda, Carlos fez algumas linhas melódicas e compôs músicas no aplicativo Garageband — 'um estúdio de música com uma biblioteca completa de sons'. Mas o distanciamento da pandemia não deixou o projeto fluir pela performance. Resultado: CH Malves achou o processo frio e, simplesmente, interrompeu-o para mudar de rota:

 

“Como tenho um trampo de performance solo, senti ser hora de fazer algo full na bateria e na percussão. Tranquei-me no estúdio e toquei. No processo de mixagem, ainda processei o som livremente, sobrepondo-o e o esticando”.





 Como referência para a bateria experimental, Malves cita todos os processamentos que Chris Cutler utiliza no instrumento. Para compor, Carlos bebe dos métodos experimentais que vêm da Escola de Nova York dos anos 50 e da cultura punk, hard core mais suja; além de estímulos gráficos, text composition e roteiros: “essas técnicas são estímulos para movimentar a performance” — reflete. 




 Música e academia

 

Professor no curso de arte e mídia da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), na Paraíba, Malves é, primordialmente, um eterno estudante. Desde a graduação em percussão na UFPB (Universidade Federal da Paraíba), ele seguiu estudando. Cursou mestrado em práticas interpretativas na UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e, atualmente, está na seleção do doutorado em Musicologia.

 

Para o baterista, esses estudos “se refletem no som”, porque tais aprofundamentos acadêmicos abrem a sua cabeça, “quanto à técnica, à estética, às possibilidades de criar e às culturas sonoras marginalizadas”.


Lei Aldir Blanc: incentivo fundamental

 

O álbum “Manuscrito Sobre Pedras” foi contemplado pela Lei Aldir Blanc. Para Malves, esse foi um fator importante para o lançamento de seu trabalho. O artista explica que, antes da pandemia, estava vivendo somente de música — tocando, dando aula e trabalhando com captação de som para cinema. Mas, “de uma hora para outra, tudo parou”:

 

“A lei foi essencial para a sobrevivência mesmo. Através dela, conseguimos retirar alguns projetos da gaveta e segurar a tormenta. Fez nós percebermos que o Estado consegue manter uma prática de financiamentos, podendo tranquilamente obter um retorno, fomentando, também, novas culturas, e deixando as coisas acessíveis para todos. Com o tempo, isso se mostra na cultura, de uma forma geral, e no bem-estar das pessoas. Assim, é primordial lutarmos pela permanência das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo — que está aí, na fila”.


Dentre os bateristas que mais o influenciam musicalmente, constam nomes como Rubinho Barsotti, do Zimbo Trio; Bob Wyatt, do Soft Machine; Edson Machado e Nenê, que tocava com Hermeto Pascoal — artista que Malves sempre gostou, por sua atitude simples, “de produzir som com o que tiver na mão, em qualquer condição”, o que “é essencial para destravar a composição” — ressalta.


Hermeto Pascoal, o "Bruxo". Foto: medium.com


Ouça no seu streaming preferido aqui!

sábado, 2 de julho de 2022

"Tu Dum" revela múltiplas facetas artísticas de Bruna Pena

Artista prenuncia novos lançamentos com single e clipe 

  

Foto: JohannStollmeier



Cantora, compositora e diretora de cinema, no single e clipe de “TuDum”, Bruna Pena põe em prática -  em seu primeiro projeto solo - variadas particularidades do seu talento, na sua própria música. Além de compor e cantar a faixa, ela assina a produção, a direção criativa, o roteiro e a montagem do vídeo.

 

As linguagens artísticas, a propósito, complementam-se: as atividades como roteirista e diretora alimentam as da musicista.

 

Para Bruna, o roteiro é um texto que tem por função evocar imagens e sons. Fazendo isso de forma precisa, faz-se necessário ter muito claro qual a intenção, ao se eleger determinadas escolhas:

 

“Que imagem e som essa palavra evoca? Estou produzindo que sentidos, ao escolher uma ou outra? Essas são perguntas que guiam muito o meu raciocínio”.




 

Abrindo-se à possibilidade de construir mais de um significado em cada estrofe, foi nas músicas que a artista brincou justamente com o contrário. Nelas, ela deixa tudo em aberto, para quem a escuta:

 

“Era como se eu juntasse as palavras difíceis, aquelas que a gente evita colocar no roteiro pela sua imprecisão, e as escolhesse para criar uma ironia, uma familiaridade estranha”.

 

Bruna Pena destaca que “é um privilégio e uma felicidade imensa” atuar em diferentes frentes de trabalho artístico. “É tão lindo quanto aterrorizante. É como voar de avião. Todas as minhas facetas suspensas e expostas. O coração servido na mesa, ainda batendo. Pura vulnerabilidade” - compara.

 

Inspiração

 

A cantora e compositora mistura diversas referências, em diferentes áreas. Dentre as artísticas, destaca Manuel de Barros; Paulo Leminski; Mutantes, Ella Fitzgerald; Beach Boys; Anelis Assumpção; Billie Eilish; além dos sambas e as canções de ninar, que ouve “até hoje”:

 

“E tem muita gente boa fazendo coisas realmente incríveis no mundo. Fora as pessoas que, antes de serem profissionais, passam pela minha vida, trazem saberes inestimáveis e são grandes referências de seres humanos”.


Foto: Wikipédia


 

Bruna ressalta que, tanto a música quanto o videoclipe de “Tu Dom” não permaneceram do jeito que havia previsto: foram se transformando em todo o  processo, com a impressão digital - e presencial - das mãos de diferentes profissionais que contribuíram artisticamente no projeto. Nomes como Rodrigo Lemos; Thiago Ramalho; Carol Castanho; Isa Michelin; Johann Stollmeier; Diego Cagnato; Val Mariani; Rodrigo Chavez e outros, que figuram na ficha técnica, e também são dignos de nota:

 
“Vale citar, ainda, o diretor de fotografia Yuri Maranhão e a cineasta Marja Calafange. Além de serem talentosíssimos, grandes seres humanos e amigos, trouxeram-me muito da minha bagagem referencial do cinema, que penso estar impressa no videoclipe de “Tu Dum” e, possivelmente, em tudo o que eu faço de “vídeo” até hoje”.

 

Ouça aqui

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