Foto: Anderson Felix |
Criado em 2012, o Felappi é um projeto musical iniciado pelo vocalista e artista sonoro Filipe Fela Montparnasse, o artista plástico Cláudio Tobinaga e o multiinstrumentista Victor Cumplido. Tudo começou com uma visão do Fela, que inseriu um contexto cinematográfico em sua música, tendo como principais influências o jazz e o punk. Resultado: o Felappi se insere na vanguarda apocalíptica do underground nacional. "Uma especie de dejeto pós-moderno. Algo que sua filha não escutaria... De fato, somos só um tipo de podridão do primeiro mundo" - enumera. Nesta entrevista, realizada em parceria com Tobinaga - que como o próprio Fela fez questão de frisar, ajudou-o a responder as perguntas -, o artista nos conta um pouco de sua trajetória. Confira!
CMIND: Conte-nos um pouco mais sobre a sua formação musical...
Fela: Eu não quero que as pessoas leiam vários livros para me entender, e que sejam graduadas em arte ou quaisquer outras disciplinas para poder entender o meu som... Música é um processo subjetivo e eu falo sobre o subúrbio. Arte sonora é sobre a elite, e essa elite não nos pertence... Tudo começou meio por causa de uma visão que eu tive.
Foto: Facebook |
CMIND: Como se formou sua parceria com Tobinaga e Victor? E como está sendo a repercussão do álbum "Cuidado Madame"?
Fela: A Felappi basicamente foi um projeto que o Tobinaga abraçou. Ele me escutou (conheceu) através de um amigo em comum. Sua pesquisa em pintura era baseada em cinema e foi um salto natural, porque eu já pensava num contexto sonoro mais cinematográfico. Os pontos em comum, tanto quanto a motivação se encaixaram e foi um processo natural de aproximação de "disciplinas". Desde o incio, contamos com outros colaboradores e não estávamos preocupados com o que seria a Fellapi... Estávamos preocupados em tangenciar algo que pensávamos em comum. O Victor surgiu depois, em um momento em que estávamos experimentando um contexto sonoro mais analógico. Dessa "fase", posso citar outros parceiros muito importantes, como: Bruno Jacomino, Marcio Cabezas, Zozio - que, alias, foi talvez um dos primeiro colaboradores -, Rodrigo Roger, Henrique Queiroz e, lógico, o Negro Leo e a Ava Rocha, nossos padrinhos desde o primeiro single lançado na internet.
CMIND: De que forma você sente a obra e a performance de outro artista, ao ponto de "traduzi-la" em música?
Fela: Na verdade, não sei se a palavra certa seria "sentir"... Presenciamos essa sonoridade, que de alguma forma chamamos de música - e que, sem pretensão alguma, acontece no nosso dia dia. Acho, tanto eu como o Tobinaga, que isso esta no mundo, não se trata só de escalas, harmonia, ritmo... Trata-se de estar no mundo, participar dele. Não somos "artistas"... Estamos em sintonia com nosso entorno. Desse contexto, já temos muito material para trabalhar e pensar. Nosso processo é muito cerebral e incrivelmente subjetivo.
CMIND: Como se dá a sua participação com outros DJ´s?
Fela: É para ganhar dinheiro.
Foto: Anderson Felix |
CMIND: Ao ouvir, no Soundclound, "E Você II" e "Cortejo Carnavalesco" percebe-se uma forte pegada experimental/industrial; da vanguarda paulistana (Arrigo Barnabé e sua "Clara Crocodilo") e até de Tom Zé. Você definiu o seu trabalho como uma fusão entre o punk e o jazz. É um som "sujo" que se sofistica pela via experimental?
Fela: Não sei se de fato é um fusion entre jazz e o punk, mas sem dúvida nenhuma são as principais influências... Gostamos muito de pensar, entre a gente, que tiramos do lixo algum tipo de pérola. Em verdade, é só um pensamento. Somos só sujos mesmo. Uma espécie de dejeto pós-moderno. Algo que sua filha não escutaria... De fato, somos só um tipo de podridão do primeiro mundo. Algo que as rádios de Barcelona querem tocar como um tipo de vanguarda vulgar do Brasil, um tipo de novidade de um mundo apocalíptico.
Com o guitarrista e multiinstrumentista Victor Cumplido. Foto: Facebook |
CMIND: O que acha da cena do Rio para o seu tipo de som?
Fela: Cara, na real, a galera do Rio saiu... Foram ganhar o mundo - o que achamos muito importante. Somos muito felizes de termos pessoas que nos acolheram diante desse cenário. Em especial, citaria o Negro Léo, a Ava Rocha, o Marcelo Calado, a galera do Zumbi do Mato, o Bernardo Oliveira, o Alan Athaide, a Tomba Records e toda a galera que nos apoia. Mas viver de música no brasil é...
CMIND: Já tocou em outras cidades do Brasil e do mundo?
Fela: Sim, já tocamos em são paulo e fomos super bem recebidos.
Saiba mais:
Soundcloud: https://soundcloud.com/filipe-fela
Bandcamp: https://felappi.bandcamp.com/
Youtube: https://www.youtube.com/user/apagao
Facebook: https://www.facebook.com/felappiaraujo/
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