Novo single já está disponível nas principais plataformas de streaming
Só em ouvir "Eu Também Sou Teus Rios", faixa do primeiro álbum – homônimo – de Natália Xavier, já dá para imaginar uma interpretação teatral da artista, no palco. A cantora, atriz, poeta e artista visual mescla múltiplas linguagens artísticas, num disco que vai do coco de roda ao maracatu, passando pelo baião e o afoxé, aprofundando as raízes nordestinas de Natália, que crê num amadurecimento constante do próprio trabalho.
Foto: Alice Gouveia |
Isso se deve também ao fato de, no teatro, Xavier ter trabalhado 99% das vezes com a linguagem narrativa. Ao invés de viver a ação, ela a narrava, com “todo um cuidado para que o público acompanhasse as imagens e não ficasse maçante”; procurando, ao máximo, potencializar a criatividade da obra como um todo:
“Eu escrevi peças nesse formato também. É algo que eu pesquiso há um tempo. Além disso, tenho minhas inseguranças na música e quis trazer minha experiência pessoal como atriz, poeta e artista visual”.
A direção musical de “Eu Também Sou Teus Rios” contou com o auxílio do guitarrista Eder Sandoli - que já trabalhou com Itamar Assumpção e Tom Zé. Para Natália, que queria contar com “alguém muito bom para fazer as harmonias”, a experiência dele também foi determinante para imprimir traços musicais nordestinos no álbum.
Divulgação |
“Comecei o projeto do disco com meu parceiro, que é pianista erudito. Mas são linguagens diferentes. Embora ele tenha seguido colaborando, havia algumas limitações. Foi quando me apresentou o disco instrumental do amigo dele, o Eder, com o Renato Santori, o Duo Quase Acústico. E lá já havia muitos traços nordestinos. Tinha um baião maravilhoso e eu pensei: é isso que eu quero” – explica a cantora.
Criatividade sem fronteiras
E, por falar em múltiplas linguagens artísticas, há, no álbum, também, a música "Recibe Mi Llanto" (voz e violão), a única em espanhol. Numa pegada romântica, com influências do cancioneiro popular da cantora argentina Mercedez Sosa, a canção é resultado de algo que influenciou Natália, musicalmente, do seu amor à musicalidade da língua espanhola e das “possibilidades vocais que ela traz”:
Mercedez Sosa. Foto: Brasil de Fato |
“Recibe Mi Llanto foi a última música a ser composta e entrar no disco. Quando eu comecei, era um texto em português. Mas ele não dava a dramaticidade que eu estava buscando. Foi aí que decidi traduzi-la e reinventá-la para o espanhol. Depois veio Eder, com aquele violão lindíssimo. Fiquei insegura de gravar em espanhol? Sim. Tinha acabado de tirar meu diploma B1 na língua. Mas também me deixei guiar pela paixão pelo idioma e confiar. O que mais me interessava não era a pronúncia perfeita, no sentido de parecer uma latina que fala espanhol (sou uma latina que fala português). Acho que bancar umas imperfeições é bom, inclusive para o processo criativo” – destaca a artista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário