Foto: divulgação |
Encarnar diversos arquétipos, criar experiências míticas e dialogar com o imaginário. No clipe de “Leoa Tectônica”, a cantora e atriz Juliana Calderón nos lembra que vida também é sonho e que, afinal, sonhar é um ato político. Ela imprime, no vídeo, uma sincronia perfeita entre a performance teatral e musical, remetendo o telespectador e ouvinte a uma memória afetiva que é grande referência da artista: Ney Matogrosso e Secos e Molhados.
Ney Matogrosso com Secos e Molhados. Foto: Jornal Correio |
“O Ney seguiu um caminho muito próprio, que inspirou toda uma geração a se
reinventar, a se libertar. Uma vez, vi uma entrevista dele em que dizia o
quanto, na intimidade, era diferente daquela figura performática, para
fora, que encarnava nos shows da banda. Como naquela época em que os Secos e
Molhados despontou, estamos precisando urgentemente sonhar, para resistir e
transgredir” - destaca.
Feliz por estar produzindo, movimentando-se e lançando um novo trabalho
– o que “não foi nem é fácil” -, na letra do single e clipe de “Leoa Tectônica” Calderón
nos lembra que, mesmo no cimento, há uma força ancestral que nunca cessa de
mover suas placas tectônicas: ela gira, segue o seu próprio caminho. Para a
cantora, esse “cimento” simboliza tudo o que tenta impedir a vida de fluir, de
se transformar, de estar em sua própria natureza – “que é movimento,
impermanência e autenticidade”.
“O Brasil vive um momento em que parte da população está acreditando em
um líder que prega que a solução é menos diversidade, menos cultura, mais
separação, mais armas, mais obediência, mais passado, mais cimento. Mas a vida
transborda pelas frestas; o concreto acaba sempre vencido pela força da
floresta. Essa canção é uma oração para que, como a Terra, a gente continue
girando e transmutando, em direção à liberdade de sermos quem somos, em toda a
nossa pluralidade” – compara a atriz.
Imagem: divulgação |
O novo trabalho de Juliana contempla uma diversidade rítmica importante.
Mas essa pluralidade, na opinião da artista, passa por diferentes processos,
para que de fato seja contemplada pelo grande público. Isso porque,
primeiramente, há o fato de fazer com que a música chegue às pessoas – “o que
já é um baita desafio para o artista independente”. Depois, as pessoas precisam
se conectar com a obra.
““Leoa Tectônica” não é uma música que se dança gostosinho do começo ao
fim. Mas eu torço para que parte dos ouvintes brasileiros esteja aberta a um
pouquinho de contraste e contradição, e possa se reconhecer nessa diversidade
também” – almeja a artista.
Acompanhe Juliana Calderón:
Instagram: https://www.instagram.com/ju.c
Youtube: https://youtube.com/jucaldera
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