sábado, 20 de agosto de 2022

Valentin questiona opressões do capitalismo em "Agora eu Preciso Pagar Contas"

  Música antecipa "A Cidade", novo álbum do artista

 

A concepção filosófica da música "Agora Eu Preciso Pagar Contas", de Valentin - nome artístico do cantor e compositor Érico Junqueira -, soa como uma espécie de válvula de escape poética, frente ao enfrentamento diário da humanidade - na condição de meros mortais que somos -, em relação à voracidade capitalista. Antecipando o novo disco – “A Cidade” -, a faixa conta com a voz de Amanda Gabana e faz uma reflexão sobre a lógica do capital, que “nunca teve nem nunca terá a satisfação das necessidades coletivas como objetivo”. “Disso já se pode inferir muita coisa. Os caminhos que nos são apresentados e propagandeados não tratam da ampliação das possibilidades dos modos de vida e, de uma maneira geral, apontam para a mesma direção, que é a lógica da exclusividade e da exclusão, colocando-nos numa neurose constante” – reflete o músico.


Foto: Thamires Seus


Para Érico, “Eu Preciso Pagar Contas” é o relato de uma resignação; um discurso crítico, mas de conformidade ante a bruta realidade, que parece impossível de mudar. Diante do processo totalizante que vivemos, do entendimento do tempo de vida, exclusivamente como tempo de trabalho, quaisquer minutos ociosos, em que se permita o questionamento sobre essa densa estrutura que nos envolve, já é um alento, uma espiada pela fresta. “O fato de muitas pessoas terem se identificado com essa letra pode ser um indicador dessa condição. As frestas no meio disso tudo existem porque esse sistema está fadado ao fracasso desde o início” – relata o compositor.  





Produzido e dirigido por Bruno dos Anjos, a estética do clipe também segue a mesma reflexão: cabelo ao vento e busca por liberdade, a bordo de uma bike, em meio à paisagem urbana, num passeio despreocupado, à noite, pela cidade. Érico vê na atitude de pedalar um ato político. Afinal, trata-se da maneira pela qual se amplia a possibilidade de ocupação e percepção do espaço urbano sobre duas rodas:


Divulgação


“Essa simbologia faz parte da autonomia proporcionada pelo simples ato de pedalar e a letra da canção é um fluxo de pensamento, que tem origem justamente numa passeio de bike, que permite que a mente caminhe livre por vários aspectos da vida, enquanto o corpo trabalha. Flanar pela cidade é tanto causa como consequência desse questionamento das obrigações da vida adulta”.


Divulgação


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