segunda-feira, 11 de julho de 2022

Mulamba ecoa grito de resistência em novo álbum: ‘Será Só Aos Ares’

Segundo trabalho da banda destaca temas cotidianos e sociais, misturando elementos da música brasileira

Fotos: Fábio Setti e Tamara dos Santos

 


Arranjos bem trabalhados, aliados a uma forte mensagem de cunho social e libertário. O atual momento da luta da mulher na música e na vida brasileira exigem a existência – e a resistência - de bandas como a Mulamba, que está lançando o seu segundo disco, ‘Será Só Aos Ares’.




 

Síntese musicada da luta constante de quem segue produzindo, falando de vidas, enfrentamentos e de um cotidiano que muitas vezes é abusivo e agressivo - e a despeito de um governo que “anda na contramão de tudo o que é evolutivo, no âmbito social” -, o trabalho interno e independente da classe artística segue evoluindo e com muito diálogo. É no que acredita a cellista Fernanda Koppe. Para ela, “a arte traz também um reflexo do momento”.





 

Transitando por diferentes universos musicais, a Mulamba vem conseguindo tocar pessoas de formas distintas. Para Fernanda, o som do grupo reflete aquilo que ela e suas companheiras de estrada sentem, num contexto em que, nem sempre, determinados tipos de música e mensagem são aceitos:

 

“Se fosse diferente, viveríamos num mundo pelo menos mais atento e mais respeitoso àquilo tudo que anda acontecendo no Brasil. Sempre que paramos para dar uma pesquisada no cenário musical, somos surpreendidas por artistas incríveis, com muito a dizer. Isso também nos move”.

 

Potência e compartilhamento musical

 

O rico trabalho da Mulamba é resultado de universos e referências musicais que cercam cada integrante de forma diferente. Esse leque é o que compõe um mosaico de diversidade musical, concebido em momentos e processos distintos da banda. “No primeiro álbum, homônimo, estávamos vibrando em outra frequência. Hoje, transitamos por outros mundos, por composições que dizem tudo de formas diferentes, que combinam com nossos sentimentos internos. Isso aconteceu naturalmente. Percebemos que precisávamos de um “ar” e o reflexo é nítido” – analisa a cellista.




 ‘Será Só Aos Ares’ conta com participações de artistas como Luedji Luna, BNegão e Kaê Guajajara, pessoas as quais Koppe e suas companheiras admiram. Ela explica que, desde de que se deu a concepção da música "Bença", por exemplo, a Mulamba já pensava a canção com Luedji interpretando parte da letra. Já "Barriga de peixe" veio ao encontro da potência de Kae Guajajara, que a interpreta e compõe. “BNegão, que é também compositor de parte da letra de “Bagatela”, é uma referência do rap brasileiro” – elogia Fernanda, que destaca, ainda, influências fundamentais no trabalho do grupo, refletidos em nomes como Elza Soares; Tamara Franklin; Esperanza Spalding; Solange Knowles; Bia Ferreira; Tuyo; Rap Plus Size; Dona Onete e muitas outras. “Essa lista segue infinitamente” – ressalta Kopper.  

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