Fotos: Fábio Setti e Tamara dos Santos |
Arranjos
bem trabalhados, aliados a uma forte mensagem de cunho social e libertário. O
atual momento da luta da mulher na música e na vida brasileira exigem a
existência – e a resistência - de bandas como a Mulamba, que está lançando o
seu segundo disco, ‘Será Só Aos Ares’.
Síntese
musicada da luta constante de quem segue produzindo, falando de vidas,
enfrentamentos e de um cotidiano que muitas vezes é abusivo e agressivo - e a
despeito de um governo que “anda na contramão de tudo o que é evolutivo, no
âmbito social” -, o trabalho interno e independente da classe artística segue
evoluindo e com muito diálogo. É no que acredita a cellista Fernanda Koppe. Para
ela, “a arte traz também um reflexo do momento”.
Transitando por diferentes universos musicais, a Mulamba vem conseguindo
tocar pessoas de formas distintas. Para Fernanda, o som do grupo reflete aquilo
que ela e suas companheiras de estrada sentem, num contexto em que, nem sempre,
determinados tipos de música e mensagem são aceitos:
“Se fosse diferente, viveríamos num mundo pelo menos mais atento e mais
respeitoso àquilo tudo que anda acontecendo no Brasil. Sempre que paramos para
dar uma pesquisada no cenário musical, somos surpreendidas por artistas
incríveis, com muito a dizer. Isso também nos move”.
Potência e compartilhamento
musical
O rico trabalho da Mulamba é resultado de universos e referências
musicais que cercam cada integrante de forma diferente. Esse leque é o que
compõe um mosaico de diversidade musical, concebido em momentos e processos distintos
da banda. “No primeiro álbum, homônimo, estávamos vibrando em outra frequência.
Hoje, transitamos por outros mundos, por composições que dizem tudo de formas
diferentes, que combinam com nossos sentimentos internos. Isso aconteceu naturalmente.
Percebemos que precisávamos de um “ar” e o reflexo é nítido” – analisa a
cellista.
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