Música chega às plataformas digitais após a estreia de “Psicodelia”
Foto: Gabriel Forgerini
O single
de “Pode Piorar”, do cantor e compositor paulista Pedro Cerruti, o Pedroca, mescla sonoridades
dele com as de sua produtora, Vivian Kuczynski. Foi dela a ideia de teclados que dão um ar soturno a uma mensagem que é, ao mesmo tempo, uma forma de
desabafo pessoal e um alerta para que o mundo mude os rumos da rota que está
seguindo, numa grande colagem de referências musicais que permeiam diferentes
subgêneros e exploram repertórios coletivos.
“Fiquei muito
fascinado por todas as diferentes texturas que estávamos explorando. Os
teclados, por exemplo, foram ideia da Vivian e eu imediatamente soube que deveríamos
manter” — destaca.
‘Não me empurra que eu já tô na beira do
penhasco’
A proposta do single destoa do clima “alto astral” preconizado pelo universo da música pop, de uma forma geral. A letra de “Pode Piorar” constata algo irrefutável, que vem de fato ocorrendo, no Brasil e no mundo, nos últimos anos. Com pandemia, seguida de guerra, fome e inflação, a vida só piora. No momento em que compôs a música, tudo ia de mal a pior para Pedroca, que, de certo modo, sabia estar longe de ser o único a ver tudo ao redor desmoronando:
“Enquanto
escrevia a música, optei por não dissociar tanto minha experiência pessoal da
nossa, coletiva, enquanto cidadãos brasileiros e do mundo”.
Para
o artista — que passou longos anos da adolescência ouvindo Lana Del Rey cantar
sobre vícios e relacionamentos problemáticos —, na última década, o discurso da
indústria avançou muito. O músico destaca que, agora, é possível ver artistas
mais jovens, como Billie Eilish e Olivia Rodrigo, falando sobre sentimentos
profundamente ácidos, em uma plataforma mainstream, e que, agora, “já estamos
mais acostumados em falar sobre o que existe de não tão positivo na vida”:
“Soa
muito natural para mim. Afinal, acredito que já temos músicas o suficiente
sobre o amor e as coisas bonitas. É preciso que alguns de nós cantemos sobre o resto”.
Ouça aqui.
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