sexta-feira, 17 de junho de 2022

Selo musical realiza intercâmbio entre o Brasil e outros países da AL

 Cantores del Mundo é administrado pelo cantor, compositor e guitarrista Arthus Fochi  

 

Filho de mãe brasileira e pai paraguaio, o cantor, compositor e guitarrista carioca Arthus Fochi (foto) é bilíngue de berço e em sua própria forma de fazer música. Rompendo a “fronteira” cultural entre o Brasil e outros países da América Latina, no seu disco, "Suvaco do Mundo", há faixas em ritmo de Candombe afro-uruguaio - estilo musical que tem uma história parecida com a do samba brasileiro. Ele gravou as canções em português e chega a ouvir comentários de pessoas que nunca haviam escutado aquela sonoridade uruguaia, cantada no nosso idioma. E é justamente essa perspectiva do novo e a possibilidade de se criar novos ritmos e linguagens que o encantam. Foi com esse espírito que Fochi ampliou ainda mais o seu leque musical. Reunindo um acúmulo de narrativas semelhantes de países que têm ritmos e história – de escravidão e colonialismo – muito similares, passou a dirigir, em 2015, o selo musical/gravadora Cantores del Mundo, criado em 2008 por Tita Parra, neta da folclorista chilena Violeta Parra. 


Divulgação


Com nome alusivo à música "A los cantores del mundo", de Tita - dedicada a Victor Jara, cantaudor popular morto na ditadura chilena -, a ideia do selo corrobora com a vivência e o desejo de Fochi, de juntar grandes inspirações, culturas e amigos. Para o artista, apesar de algumas similaridades sonoras, o Brasil ainda é isolado culturalmente. “Pela proximidade com o Uruguai e a Argentina, o sul do nosso país bebe da mesma fonte musical da pampa. Lá, toca-se Milonga, Chamamé, Guarania e outros ritmos. A música me remete a uma época em que não havia fronteiras. É assim que imagino o futuro” – vislumbra Fochi.

 

Conviver com a juventude chilena sempre me encheu de inspiração’

 

A verdade é que, por influência familiar, Fochi já ouvia a sonoridade de muitos dos nossos hermanos em casa. Mas começou a estudar com mais profundidade a música hispano-latina a partir de 2007, em viagens que fez por países sul-americanos.




 Em 2010, no Chile, o músico se aproximou da família Parra, que tem grande representatividade em Violeta Parra – autora de “Gracias a La Vida”, música imortalizada na voz da falecida cantora argentina Mercedez Sosa.


O logotipo inicial do selo foi composto por um fragmento de um dos quadros de Violeta Parra


 

A partir de 2013, Arthus Fochi passou a intensificar suas viagens anuais pelo continente, pesquisando, em períodos que duravam até seis meses, em cada local, ritmos, bandas, cantautores e movimentos. “Buscar o novo, misturar, ter a possibilidade de reconhecer narrativas próximas em lugares distantes é muito importante para mim. Com isso, busco criar identificação e encontrar movimentos em diferentes texturas musicais” - ressalta.

O selo Cantores del Mundo tem suas referências na música folclórica e popular. Sua missão é um legado de muitos artistas que passaram por este continente, desfazendo fronteiras e unindo os povos em torno da música. Dentre os últimos lançamentos, destacam-se: 

Ano Sabático  - Arthus Fochi  (Álbum)

O Calor Tá de Matar  - Bernardo Valença (Single)

Caruru Connection - Mussa (EP)

Poema Livre - Nicolás Farruggia (Álbum)

Pitanga - Marcelo Cavalcante (Single)

O Revoar -  Caio Lang (Single)

 

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