Cantores del Mundo é administrado pelo cantor, compositor e guitarrista Arthus Fochi
Filho de mãe brasileira e pai paraguaio, o cantor, compositor e guitarrista carioca Arthus Fochi (foto) é bilíngue de berço e em sua própria forma de fazer música. Rompendo a “fronteira” cultural entre o Brasil e outros países da América Latina, no seu disco, "Suvaco do Mundo", há faixas em ritmo de Candombe afro-uruguaio - estilo musical que tem uma história parecida com a do samba brasileiro. Ele gravou as canções em português e chega a ouvir comentários de pessoas que nunca haviam escutado aquela sonoridade uruguaia, cantada no nosso idioma. E é justamente essa perspectiva do novo e a possibilidade de se criar novos ritmos e linguagens que o encantam. Foi com esse espírito que Fochi ampliou ainda mais o seu leque musical. Reunindo um acúmulo de narrativas semelhantes de países que têm ritmos e história – de escravidão e colonialismo – muito similares, passou a dirigir, em 2015, o selo musical/gravadora Cantores del Mundo, criado em 2008 por Tita Parra, neta da folclorista chilena Violeta Parra.
Divulgação |
Com nome alusivo à música "A los cantores del mundo", de Tita - dedicada a Victor Jara, cantaudor popular morto na ditadura chilena -, a ideia do selo corrobora com a vivência e o desejo de Fochi, de juntar grandes inspirações, culturas e amigos. Para o artista, apesar de algumas similaridades sonoras, o Brasil ainda é isolado culturalmente. “Pela proximidade com o Uruguai e a Argentina, o sul do nosso país bebe da mesma fonte musical da pampa. Lá, toca-se Milonga, Chamamé, Guarania e outros ritmos. A música me remete a uma época em que não havia fronteiras. É assim que imagino o futuro” – vislumbra Fochi.
‘Conviver com a juventude chilena sempre me encheu de inspiração’
A verdade é que, por influência familiar, Fochi
já ouvia a sonoridade de muitos dos nossos hermanos
em casa. Mas começou a estudar com mais profundidade a música hispano-latina a
partir de 2007, em viagens que fez por países sul-americanos.
Em 2010, no Chile, o músico se aproximou da família Parra, que tem grande representatividade em Violeta Parra – autora de “Gracias a La Vida”, música imortalizada na voz da falecida cantora argentina Mercedez Sosa.
O logotipo inicial do selo foi composto por um fragmento de um dos quadros de Violeta Parra |
A partir de 2013, Arthus Fochi passou a intensificar
suas viagens anuais pelo continente, pesquisando, em períodos que duravam até
seis meses, em cada local, ritmos, bandas, cantautores e movimentos. “Buscar o
novo, misturar, ter a possibilidade de reconhecer narrativas próximas em
lugares distantes é muito importante para mim. Com isso, busco criar
identificação e encontrar movimentos em diferentes texturas musicais” -
ressalta.
O selo Cantores del Mundo tem suas referências na música folclórica e popular. Sua missão é um legado de muitos artistas que passaram por este continente, desfazendo fronteiras e unindo os povos em torno da música. Dentre os últimos lançamentos, destacam-se:
Ano Sabático - Arthus Fochi (Álbum)
O Calor Tá de Matar - Bernardo
Valença (Single)
Caruru Connection - Mussa (EP)
Poema Livre - Nicolás Farruggia (Álbum)
Pitanga - Marcelo Cavalcante (Single)
O Revoar - Caio Lang (Single)
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