Em tempos de crise, coletivos como o Free Art, que fazem um trabalho de inclusão social pela cultura, vêm passando por dificuldades de angariar patrocinadores. Nesta entrevista ao CMIND - Cena da Música Independente, o educador, curador e idealizador do projeto, Fagner Gabriel, detalha o que está acontecendo e denuncia o desmantelamento de todo o setor cultural do Brasil. Confira!
Foto: Divulgação |
CMIND: Qual a forma de financiamento Do Free Art?
Fagner
Gabriel: O
projeto desdobrado em evento busca patrocínio para desenvolvermos edições com
mais possibilidades. Queremos novos horizontes para o público e a equipe, além
do aprofundamento sobre o que é o próprio evento, ao trazermos mais
alternativas a artistas, técnicos de som, palestrantes, bandas e demais
envolvidos. Os
nossos projetos precisam ser a contrapartida profissional que
a cena cultural precisa. Pagar passagem e cachê seria o mínimo, já que, ao desenvolverem
trabalhos repletos de significado, a classe artística gasta muito tempo e dinheiro
produzindo e se deslocando. Não faz sentido deixar de buscar formatos de patrocínio e
possibilidades para que esta cena se desenvolva.
CMIND:
Desde quando você vem sentindo que caiu a arrecadação para produzir os eventos?
Fagner: Em 2016, depois do golpe midiático
e judiciário promovido por Michel Temer e os seus comparsas. Eles começaram a desenvolver
planos de um planejamento reducionista na área cultural, que teve início na
dissolução do Ministério da Cultura. Anteriormente, este mesmo grupo político incitou
a internet a acreditar na falácia de que os editais de fomento à cultura,
dentre elas a lei Rouanet, eram desenvolvidos apenas para artistas. Isto gerou
uma criminalização e o sensacionalismo velado por parte de alguns blogs, sites,
formadores de opinião e demais canais de comunicação, que diante destas
inverdades acabaram enfraquecendo o meio cultural diante da opinião pública.
CMIND: Ao que você atribui estas dificuldades?
Fagner: Estamos vivendo os
dissabores de um governo golpista. Tal qual Himmler (chefe da Gestapo Alemã), que tinha
ganas de empunhar armas quando chegava até ele a palavra “Cultura”, aos poucos,
estão desmantelando empresas do setor cultural, perseguindo, retirando
incentivos fiscais concedidos a projetos e eventos. Uma das últimas deste
desgoverno é a demissão de alguns antigos profissionais da rádio Roquete Pinto,
sem justificativas cabíveis para tal ato desprovido de caráter.
CMIND: Quando você os procura os patrocinadores, o
que eles alegam?
Fagner: Alegam que, por culpa da
crise, não estão conseguindo fazer circular o dinheiro, pagar seus
funcionários e desenvolver projetos. Não podem ajudar neste momento
terrível em que nos encontramos e torcem para que esta fase passe o mais
rapidamente possível, para, aí sim, podermos sentar com calma e pensar em
futuras parcerias e apoios.
CMIND: Se as pessoas quiserem colaborar com o Free Art, como podem fazê-lo?
Fagner: Podem entrar em contato
diretamente comigo, pelo email freeartinfotmativo@gmail.com; Facebook "Fagner Gabriel" (podem me adicionar) ou contato
telefônico: (21)98742-1362 (OI e Whatsapp).
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