Foto: Pedro Arantes |
Dona de um dos shows mais explosivos da efervescente cena independente fluminense, a Filtra traz uma sonoridade experimental, misturada com psicodelia. Eles também apostam na junção dos ritmos latinos e brasileiros com a pegada roqueira e atual do grupo. Trazem no currículo o lançando do EP "O Mundo" (2016) e "Supremo" (2015). Lançados em um curto espaço de tempo, os dois trabalhos mostram uma grande diferença na musicalidade. Enquanto o disco de 2015 é mais voltado para o pop, o segundo mostra um amadurecimento repleto de novas influências. Confira a entrevista que fizemos com o baterista da banda, Mateus Nagem! :)
CNIND - Na sonoridade musical de vocês, percebe-se uma influência setentista dos Novos Baianos. Qual a importância de se beber desta fonte, no momento da composição?
Mateus Nagem - Temos muita influência de coisas dos anos 60/70, especialmente Novos Baianos, Secos e Molhados, Gil, Caetano... Acho que no momento da composição a gente não pensa muito nisso não, de soar como alguém, ou buscar a sonoridade de alguma banda dessa época . As coisas vão acontecendo naturalmente, as canções vão ganhando corpo com o que a gente já tem de background musical e acaba que algumas músicas ficam com essa vibe setentista.
Imagem: Divulgação |
CMIND - Outra mistura bacana é a do reggae com o psicodélico. Com uma pegada diferente, o som do reggae também se apresenta de forma muito particular, quando comparada às formas tradicionais de se tocar o ritmo jamaicano. Nos ensaios, vocês se referenciam muito pelo experimentalismo?
Mateus Nagem - Sim, muito. Normalmente nossos ensaios começam com improvisos, com coisas que alguém puxa do inconsciente, uma levada que eu faço, uma linha de baixo, uma brincadeira na guitarra ou até mesmo uma melodia do Fellipe. É bom pra aquecer antes de começar a passar as músicas ou compor alguma coisa. Liberta a mente, cria uma sensibilidade e percepção maior do que tá acontecendo, de ouvir o que o outro está tocando também...Nossos shows começam assim também, com um improviso. Experimentar faz parte de nós.
Foto: Pedro Arantes |
CMIND - Como vocês percebem o campo de oportunidades para artistas autorais da cena musical independente do Rio e de todo o país?
Mateus Nagem - Acho que no Rio ainda é bem fraco. Falta espaço, festival para as bandas tocarem no Rio de Janeiro. Já São Paulo, Goiânia, algumas cidades do sul, abraçam mais as bandas independentes. Muitos festivais independentes rolando em várias partes do país e no Rio não tem nenhum. Os eventos de rua têm salvado um pouco, mas precisam de mais apoio das prefeituras, do Governo do Estado e de empresas privadas também. A cidade do Rio tem muito potencial musical independente.
Ouça “O Mundo”:
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