sábado, 17 de dezembro de 2016

CMIND entrevista: João Capdeville, cantor e compositor

Foto: Luiz Phillippe Monclar (site Tenho Mais Discos que Amigos)


João Capdeville é um cantor carioca que reproduz em seu trabalho uma bagagem cultural rica, influenciada por ritmos latinos, MPB e folk. Em turnê com o EP Pausa, produzido por Diogo Strausz (Aymoréco, Alice Caymmi, Castello Branco) o artista já se apresentou ao lado de diversos intérpretes de destaque na nova música popular brasileira, como Fernando Temporão, Donatinho, Sarah Abdala, Chico Chico, Leo Middea e outros, em passagens por eventos como Mostra Brasileiríssimos, Festival de Bandas Autorais, Sofar Sounds e Festival de Clipes e Bandas.

Com cinco faixas, o EP é um espelho das vivências de João Capdeville, que experienciou diversas culturas da América Latina e Espanha, levando estas inspirações para o álbum. O resultado é um som com traços do rock de Pink Floyd e da poesia de Cartola, que passeia com desenvoltura por uma sonoridade que remete tanto ao virtuosismo do violão de Paco de Lucía e Yamandú Costa, quanto à fluidez poética da bossa nova e da MPB de Vinícius e Chico, passando por notas de baião e samba. Confira a entrevista!

CMIND - De que forma a sua viagem a Patagônia e a Colômbia influenciaram na musicalidade do seu novo disco? 

João Capdeville - Qualquer experiência sempre me afeta muito e acaba influenciando bastante na hora de ser criativo. Viajar é realmente uma atividade que  intensifica muito certos aspectos que julgo importantes para compor, pois a questão das vivências é algo fundamental nesse momento. É como se o meu eu criativo funcionasse como uma espécie de peneira, onde tudo o que passei até hoje fosse posto junto e aos poucos viesse à tona em forma de arte.  Portanto,  essas experiências,  assim como todas as outras,  me influenciaram muito. 


Imagem: Divulgação

CMIND -  Artistas da MPB, como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gal Costa e Milton Nascimento já se juntaram a outros cantores do continente - a argentina Mercedez Sosa e o cubano Pablo Milanéz, entre outros -, em parcerias musicais. Você também vê essa possibilidade no horizonte? 

João Capdeville - Por que não? Todo artista deve sonhar em um dia poder trabalhar ao lado de alguém que admire. Seria uma honra pra mim acompanhar nomes internacionais, mas meu foco primeiro é aqui no Brasil. Acho que o que me deixaria mais feliz no momento seria ver uma cena com artistas mais próximos uns dos outros e fazendo mais coisas juntos. 


Foto: Divulgação


CMIND - Quais são as similaridades rítmicas que você percebe na música brasileira e em outros países latino-americanos? Você acredita que elas podem ser nitidamente percebidas no seu novo álbum?

João Capdeville - Tenho algumas referências latinas e não hesitei em trazê-las para perto durante a produção do disco. Acredito que, ao ouvir, será possível identificar alguns ritmos presentes nas minhas novas canções, assim como elementos de outros lugares. Costumo ouvir muita música cubana, colombiana, porto riquenha, brasileira, etc. Assim como músicas de países como EUA, Inglaterra, Portugal e Espanha. Tudo isso integra minha formação musical e representa uma parte considerável minha que sempre estará nas canções. 



CMIND -  Enquanto artistas como Roberto Carlos e Paralamas do Sucesso são tocados na Argentina, por aqui, a mídia prefere, ainda, divulgar, mais, a música pop dos Estados Unidos. O inglês não é tão próximo do português. Neste sentido, a tão alegada "barreira do idioma" deveria ser um impeditivo para conhecermos melhor a produção musical dos países 'hermanos'? 

João Capdeville - Óbvio que não! Somos um país latino e precisamos nos reconhecer como tal ao invés de olhar sempre para o país do "progresso" e querer beber apenas das fontes de lá. É incrível a riqueza cultural que negligenciamos enquanto priorizamos referências estadunidenses de música. Eu mesmo ouço muita coisa de fora do nosso continente, e admiro artistas europeus e estadunidenses, mas não me permito nunca esquecer de tudo que temos por aqui. Isso seria um crime!


Descubra João Capdeville

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Psicodelia, ritmos latinos, rock and roll: CMIND entrevista a banda Filtra

Foto: Pedro Arantes


Dona de um dos shows mais explosivos da efervescente cena independente fluminense, a Filtra traz uma sonoridade experimental, misturada com psicodelia. Eles também apostam na junção dos ritmos latinos e brasileiros com a pegada roqueira e atual do grupo. Trazem no currículo o lançando do EP "O Mundo" (2016) e "Supremo" (2015). Lançados em um curto espaço de tempo, os dois trabalhos mostram uma grande diferença na musicalidade. Enquanto o disco de 2015 é mais voltado para o pop, o segundo mostra um amadurecimento repleto de novas influências. Confira a entrevista que fizemos com o baterista da banda, Mateus Nagem! :)

CNIND - Na sonoridade musical de vocês, percebe-se uma influência setentista dos Novos Baianos. Qual a importância de se beber desta fonte, no momento da composição? 

Mateus Nagem - Temos muita influência de coisas dos anos 60/70, especialmente Novos Baianos, Secos e Molhados, Gil, Caetano... Acho que no momento da composição a gente não pensa muito nisso não, de soar como alguém, ou buscar a sonoridade de alguma banda dessa época . As coisas vão acontecendo naturalmente, as canções vão ganhando corpo com o que a gente já tem de background musical e acaba que algumas músicas ficam com essa vibe setentista. 

Imagem: Divulgação


CMIND - Outra mistura bacana é a do reggae com o psicodélico. Com uma pegada diferente, o som do reggae também se apresenta de forma muito particular, quando comparada às formas tradicionais de se tocar o ritmo jamaicano. Nos ensaios, vocês se referenciam muito pelo experimentalismo? 

Mateus Nagem - Sim, muito. Normalmente nossos ensaios começam com improvisos, com coisas que alguém puxa do inconsciente, uma levada que eu faço, uma linha de baixo, uma brincadeira na guitarra ou até mesmo uma melodia do Fellipe. É bom pra aquecer antes de começar a passar as músicas ou compor alguma coisa. Liberta a mente, cria uma sensibilidade e percepção maior do que tá acontecendo, de ouvir o que o outro está tocando também...Nossos shows começam assim também, com um improviso. Experimentar faz parte de nós.

Foto: Pedro Arantes


CMIND -  Como vocês percebem o campo de oportunidades para artistas autorais da cena musical independente do Rio e de todo o país? 

Mateus Nagem - Acho que no Rio ainda é bem fraco. Falta espaço, festival para as bandas tocarem no Rio de Janeiro. Já São Paulo, Goiânia, algumas cidades do sul, abraçam mais as bandas independentes. Muitos festivais independentes rolando em várias partes do país e no Rio não tem nenhum. Os eventos de rua têm salvado um pouco, mas precisam de mais apoio das prefeituras, do Governo do Estado e de empresas privadas também. A cidade do Rio tem muito potencial musical independente.


Ouça “O Mundo”:


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

André Barroso e Banda lançam "A Curva"

Foto: Divulgação
Num trabalho mais melodioso, vertendo para o rock, o pop e a MPB, André Barroso e Banda lançam "A Curva", nova música do grupo.

"É uma composição mais complexa e pessoal" - destaca Barroso.

Confira:

https://play.spotify.com/album/5ZYLvRgSqBBNWZGvIQ6MYR?play=true&utm_source=open.spotify.com&utm_medium=open


Tori lança single de "Descese" e se prepara para lançar álbum com parcerias consagradas

Primeiro lançamento solo, em cinco anos de carreira, o single de " Descese " - faixa título do futuro álbum de Tori (Vitória Nogue...